Perfil

Histórias do Seo Zé – I

seoze01_internaNasceu em 8 de novembro de 1922, em Nagasaki, Japão. Seus pais, Katsuma e Kesa Noguchi, o registraram como Teruji Noguchi, único filho homem, portanto, na cultura japonesa o “shodan”, aquele que deveria herdar e dar continuidade às atividades paternas. Teve 3 irmãs, uma acima (nessan, irmã mais velha) e duas abaixo. A nessan Shigueno, no Brasil virou Adélia. Teruji chegou ao Brasil, no porto do Rio de Janeiro,  na Praça das Flores, no dia 23 de fevereiro 1929.

A família então – pai, mãe e os dois filhos isseis (japoneses nascidos no Japão), seguiram para trabalhar nos cafezais do interior de São Paulo, região de Mogiana, na cidade de Pedregulho. Ali nasceu sua segunda irmã, a Umeno, que todos conhecem como Maria. Após 5 anos, Katsuma san soube que estavam abrindo novas fronteiras agrícolas na região de Marília. Então seguiram para a terra prometida, com esperança renovada, as mesmas que fizeram a família emigrar para o Brasil. Lá nasce Sueno, que até hoje é Olga. Maria e Olga são nisseis, filhas de japoneses nascidas fora da Terra do Sol Nascente.

Durou 7 anos a experiência como agricultores em Marília. Katsuma san, acamado diversas vezes com problemas de saúde, devido ao pó da terra vermelha, acatou os reclamos da família e decidiu mudar-se para a capital do Paraná, Antes, porém, mandou Teruji realizar um aprendizado de confeiteiro, em Ourinhos, na fábrica de doces do seu tio Noguti. Foi seu primeiro e único cursoprofissionalizante. Para orgulho do seu Katsuma, Teruji chegou a Curitiba com os segredos dos confeitos japonês.

Em 1941, os Noguchi desembarcam em Curitiba, sonho do Teruji, viver em uma cidade próspera, limpa, clima agradabilíssimo, seu inverno lembrava o outono de Nagasaki e sua primavera o verão oriental… a família  se fixou na rua Cruzeiro. Foi ali que Katsuma san abriu a fábrica de doces Cruzeiro. Sucesso total. Teruji agora praticava a sua qualificação orientando nas receitas. Mas em vez de colocar as mãos na massa, preferia as  entregas de bicicleta, onde exercitava a sensação de liberdade e podia conhecer novas pessoas, principalmente as moças curitibanas.

A fábrica cresce e muda-se para a rua Princesa Isabel, perto da sociedade  13 de Maio, local dos grandes saraus de domingo, onde aprendeu seus primeiros passos de samba e tango. Assim Teruji começa a escrever a sua história, inicialmente, como Zé Bigode e mais tarde como  Seo  Zé com dupla cidadania , trejeito e bigode  gardelista, udenista com vassoura na lapela, profissionalmente um prático, artista contido e pós-graduado em sacanocracia saudável e militante juramentado na fidelidade matrimonial.

Esse é o Seo Zé ,personagem que a geração dos seus netos conheceram como Amigão. Por quê Amigão? Isso já é tema das diversas crônicas que virão sobre o Seo Zé .

Até lá.

Noguchi, o Nene, seu terceiro filho…oficial

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